domingo, 2 de outubro de 2022

10 mitos sobre o Tarot

1 – O tarot está fechado e não será possível efetuar a leitura
O tarô não é como um computador que, quando trava, abre uma tela com o dizer: “seu sistema realizou uma operação ilegal e será fechado”. Não existem “jogos fechados”, somente “tarólogos fechados ao jogo”.
Os arcanos na mesa podem ser lidos a qualquer momento, mas mitos como esse refletem dificuldades que, na verdade, são impostas pelos próprios tarólogos.

2 – Ler o tarô é dom divino, portanto, é obrigação do tarólogo fazer caridade.
Tal mito tornou-se um problema de cunho religioso. No Brasil, devido ao sincretismo que vivemos ao fundir conceitos, idéias e valores de ordem espiritual, passou-se a acreditar que o tarólogo está afiliado a alguma prática, normalmente espírita.
Além disso, a caridade pode ser praticada de outras formas, sem a necessidade de colocar o tarô (e outros oráculos) como intermediários.

3 – O tarô, em si, é composto apenas pelos 22 Arcanos Maiores.
Esse mito foi propagado no século XIX ao separar os Arcanos Maiores dos Arcanos Menores, criando a concepção de que o primeiro grupo é o verdadeiro tarô e o segundo grupo, uma ramificação da “cartomancia vulgar”. Esse preconceito foi propagado de tal forma, que se restringia o uso dos Maiores aos homens e os Menores (e outros baralhos de naipes) às “mulheres”. Hoje, muitos se desculpam ao afirmar que basta o uso dos Maiores numa leitura, distanciando-se de qualquer chance de estudo dos Menores. Eu aprendi as fazer as minhas leituras com o baralho completo.
É possível trabalhar apenas com os Maiores (assim como os Menores), não questiono quem o faz,  porém, o tarô é um baralho de 78 Arcanos com múltiplas combinações entre Maiores e Menores.

4 – Somente é possível utilizar o baralho depois de consagrá-lo.
Mito oriundo do ocultismo. Mais uma vez, entra o credo no lugar da razão. De nada adianta consagrar baralhos se o praticante não tem conhecimento e nem preparo para uma leitura. Alguns acreditam que consagração é uma espécie de iniciação mística, com propósito de conferir tanto “poderes como proteção” ao baralho e a quem o utiliza. 

5 – O tarólogo é tão somente um médium a receber instruções espirituais.
Mediunidade significa mediação. Todos possuímos, em maior ou menor escala, um grau de mediunidade. Porém, quando se toca no assunto, nos reportarmos normalmente às incorporações espirituais. O tarólogo, em primeiro lugar, deve ser um conhecedor da linguagem simbólica e imagética dos arcanos. Qualquer coisa que se afira espiritualmente à prática é oriunda da natureza parapsíquica do praticante. 
 Há tarólogos excelentes que apenas se valem de seu conhecimento simbólico para realizar leituras; há também aqueles que, através da incorporação, realizam excepcionais análises.

6 – Não podemos tocar no baralho de outra pessoa devido às energias.
Se adotarmos tal premissa, qualquer coisa que os outros tocarem não convém colocarmos as mãos. O grande problema é a mistificação em torno das cartas, como se elas estivessem na condição de talismãs. A impregnação energética não se detém ao papel do baralho, acontece, muitas vezes, no simples contato com a outra pessoa. Se você está receptivo e aberto às influências do outro, impossível não se contaminar. Cabe ao tarólogo assegurar suas defesas espirituais e energéticas e isso mais depende do tipo de prática espiritual do profissional do que a atividade taromântica em si. Tocar ou não tocar no baralho de outra pessoa pouco ou nenhuma diferença faz, pois as energias não se prendem exclusivamente ao objeto em uso.

A Cartomante (The Fortune Teller)
7 - É proibido fazer leituras em datas santas ou domingos.
Isso está mais de acordo com o credo do praticante do que o trabalho em si. Pode-se ler o tarô em qualquer  dia,  hora,  ambiente:  basta que o praticante e o consulente se sintam à vontade para desenvolver a consulta. As condições locais mais influenciam do que datas propriamente ditas, pois é aconselhável que o ambiente seja tranquilo e que a disposição (física, mental, emocional, psicológica, espiritual) do tarólogo esteja equilibrada o suficiente para garantir uma orientação adequada ao consulente.

8 – Não é possível realizar atendimentos à distância.
Um mito derrubado na última década. O raciocínio é muito simples: se conseguimos falar de pessoas que nem estão presentes durante a consulta, o que impede de orientar o consulente à distância? Será que é a presença física que assegura a consistência e credibilidade do trabalho? 
A leitura feita por telefone, email e/ou qualquer programa eletrônico via internet (Skype, MSN, Google Talk, Yahoo, etc.) que proporcione interatividade entre o tarólogo e o consulente, que permita uma boa comunicação (e orientação) entre ambos, não há nenhum tipo de problema.

9 – O tarô nunca erra, quem erra é somente o tarólogo.
Talvez seja o mito mais controverso. A pergunta que devemos fazer é: será que o tarô é infalível como instrumento simbólico? Partindo-se da premissa que os símbolos nada representam se nós, seres humanos, não dermos “voz” a eles; isso impõe o erro a quem sempre interpreta, pois o oráculo, em si, não tem autonomia sem um intérprete. Alguns acham que o tarô tem “vida própria” e se pronunciará por si mesmo. Os arcanos e seus símbolos dirão aquilo que está a alcance do intérprete; se o tarólogo não estiver preparado, o tarô pouco ou nada dirá sobre a situação. 

10 – Mulheres grávidas não devem consultar o tarô.
A gravidez torna a mulher mais sensível e suscetível emocional e psiquicamente. Talvez esse mito exista porque no período de gestação muitas mães ficam mais impressionáveis e influenciáveis psicologicamente. Se o tarólogo for sensível o suficiente para não preocupar ou angustiar a gestante, creio não ser um problema realizar o atendimento. Cada pessoa é uma pessoa e também não é possível generalizar. Todas as emoções que a mãe sentir serão transmitidas à criança, portanto, delicadeza e tato são imprescindíveis. O mesmo vale para consulentes doentes, em fase de separação, recém saídos de seus empregos, que tenham sofrido alguma perda significativa, enfim, o tarólogo deve apoiar e ajudar o consulente fragilizado de forma que o trabalho traga bem estar e não preocupações desnecessárias.